A The White Star Line (entre 1934 e 1950 Cunard White Star Line) foi uma proeminente companhia de navios do Reino Unido fundada em 1845. A empresa foi a proprietária do luxuoso navio RMS Titanic que naufragou em 1912. Os navios RMS Olympic e o HMHS Britannic navios da mesma classe do Titanic também pertenceram a frota da companhia.
A White Star foi fundada na cidade de Liverpool porto localizado no noroeste da Inglaterra, por John Pilkington e Threlfall Henry Wilson no ano de 1845. A empresa foi criada com o objetivo de aproveitar o florescente comércio entre a Grã-Bretanha e Austrália, motivada pela descoberta de ouro naquele país. A corrida do ouro começou na Austrália no início da década de 1850. Houve uma forte imigração entre os anos de 1851 e 1860 e é estimado que 484 000 pessoas vindas da Inglaterra e Gales, Escócia e Irlanda chegaram a Austrália no período. Os navios que faziam a rota de Liverpool para o porto de Melbourne voltavam para a Inglaterra transportando óleo de baleia , peles de foca , lã e ouro.
O plano de negócios da companhia previa inicialmente o fretamento e locação de navios. Os primeiros navios nesta condição foram os veleiros Ellen e Iowa de 879 toneladas, e os clipper Red Jacket (1853) de 2 305 t, Blue Jacket (1854) de 1 790 t e o RMS Tayleur (1854) de 1 750 t, que encalhou e afundou em sua viagem inaugural.
Em 1863 foi comprado o vapor Royal Standard que alcançava até 8 nós como velocidade de cruzeiro, velocidade inferior a alcançada pelos veleiros tipo clipper da época .
Para aumentar de tamanho, a White Star fundiu-se com duas outras empresas, a Black Ball e a Eagle Lines formando um conglomerado chamado Liverpool, Melbourne and Oriental Steam Navigation Company Limited. Esta fusão não prosperou e a companhia concentrou os seus serviços entre as cidades de Liverpool na Inglaterra e Nova Iorque nos Estados Unidos. Os altos investimentos para construção de novos navios, aliado a uma frota envelhecida com dificuldade em competir com os navios da Cunard Line, fez com que a empresa fosse a falência em 1867, encerrando as suas atividades.
Em janeiro de 1868 a White Star foi vendida para o armador Thomas Henry Ismay que na época tinha 31 anos de idade.
O objetivo inicial era operar grandes navios no transporte de carga e passageiros no Atlântico Norte.
A construção dos novos navios previa a utilização de casco de ferro em vez de madeira. Foi feito um acordo comercial com o construtor de navios Edward Harland, proprietário do estaleiro Harland and Wolff, para o fornecimento das embarcações. As primeiras encomendas foram feitas em 30 de julho de 1869. O acordo previa que a Harland and Wolf construiriam os navios a preço de custo, mais uma percentagem fixa e não forneceriam nenhuma embarcação para os concorrentes da White Star. Em 1870 William Imrie juntou-se a sociedade.
Enquanto o primeiro navio estava sendo construído, Thomas Ismay formou a "Oceanic Steam Navigation Company" que passou a ser conhecida como a ser conhecido como a White Star Line pela bandeira que identificava os navios da companhia. A linha adotou para as chaminés, cores coloridas com um topo preto como sendo uma característica distintiva para os seus navios. A companhia também era identificada pela bandeira vermelha, com um corte lateral e uma estrela branca de cinco pontas no centro.
Os primeiros navios construídos foram o Oceanic, Atlantic, Baltic e o Republic.
A White Star Line passou a utilizar o sufixo "ic" no nome de todos os seus navios. A linha marítima começou a operar em 1871, entre os portos de Nova Iorque e Liverpool. A cidade irlandesa de Cobh foi incluída como escala.
Ainda no século 19 a White Star Line operou rápidos navios Britannic, Germanic, Teutonic e Majestic. Muitos destes receberiam a Fita Azul do Atlântico Norte.
Em 1899, Thomas Ismay comissionou um dos navios de vapor mais bonitos construídos durante o século 19, o ''Oceanic II. Este era o primeiro navio a exceder o Great Eastern em comprimento (embora não em tonelagem). A construção deste navio marcou o ponto onde a White Star saiu da competição por velocidade com as rivais e se concentrou unicamente no conforto e na economia da operação.
No século 19 e inicio do século 20, a eficiência de motores a carvão limitava a velocidade praticável a aproximadamente 24 nós (44.4 km/h). Ir acima desta velocidade não era econômico face ao consumo exagerado de carvão. Por esta razão, a White Star Line passou a buscar em seus navios conforto e confiabilidade em vez de velocidade. O Titanic foi projetado para navegar a 21 nós (39 km/h), enquanto que o Mauretania da Cunard Line estabeleceu o recorde de velocidade em 1926 com 27 nós (48 km/h).
Em 1902, a White Star Line foi absorvida no International Mercantile Marine Co. (IMM), um grande conglomerado norte-americano do transporte. Por 1903, o IMM tinha conseguido absorver a American Line, Dominion Line, Atlantic Transport Line, Leyland Line, e a Red Star Line. Conseguiram também acordos de comércio com as linhas alemãs Hamburgo America e com a Norddeutscher Lloyd. Bruce Ismay cedeu o controle à IMM na cara da intensa pressão dos acionistas e de J.P. Morgan, que ameaçaram uma guerra de taxa.
A Cunard Line era a mais direta competidora à White Star Line pela sua fama e sucesso. Como parte da competição, a White Star Line começou a construção da sua série nova, a Classe Olympic; Olympic, Titanic, e Britannic.
O Britannic devia originalmente ter sido nomeado Gigantic, mas seu nome foi mudado logo após o Titanic naufragar.
A história da White Star Line foi marcada por desastres catastróficos assim como má sorte. Em 1873 o Atlantic foi destruído perto de Halifax, custando 585 vidas. Em 1893, o Naronic desapareceu com 74 passageiros e tripulação após partir de Liverpool em direção a Nova Iorque. Em 1909 o Republic foi perdido após uma colisão com o navio SS Florida. Em Setembro de 1911, o Olympic envolveu-se numa colisão com o navio de guerra HMS Hawke, causando grande avaria em ambos os navios.
Em 15 de Abril de 1912, o Titanic foi perdido após uma colisão histórica com um iceberg. O primeiro navio White Starperdido durante o Primeira Guerra Mundial foi o Arabic II, atingido por torpedos perto da Irlanda em 19 de agosto 1915 morrendo 44 pessoas. No novembro seguinte, o último navio irmão do Titanic, o Britannic foi perdido após ter embatido numa mina. Afundou em menos de 55 minutos com a perda de 21 vidas e foi a maior embarcação afundada na guerra. Dos três navios da Classe Olympic, dois nunca terminaram uma viagem comercial. Entretanto, o Olympic, o primeiro dos três a ser construído, teve uma carreira longa e bem sucedida e foi o único navio mercante na Primeira Guerra Mundial, a afundar um navio de guerra. Em 1934, ao navegar numa névoa, o Olympic acidentalmente abalroou o Nantucket Lightship, afundando-o e matando sete homens da tripulação.
Em 1933, a White Star e a Cunard estavam ambas em sérias dificuldades financeiras por causa da Grande Depressão, da queda dos números de passageiros e da idade avançada das suas frotas particularmente da White Star. O trabalho tinha sido parado no novo gigante da Cunards, o Hull 534 (mais tarde RMS Queen Mary), em 1931, para poupar dinheiro. Em 1933, o governo Britânico concordou em fornecer auxílio às duas linhas com a condição que se fundissem. O acordo foi completado em 30 dezembro 1933.
A união ocorreu no dia 10 de Maio 1934, criando a Cunard-White Star Limited, possuida 62% pela Cunard e 38% por credores da White Star. Em 1947, a Cunard adquiriu os 38% da Cunard White Star que ainda não possuia, e em 31 de Dezembro 1949, adquiriu os bens e as operações da Cunard White Star, e reverteu o nome para o conhecido "Cunard". Após a união de 1934, as bandeiras das duas linhas eram postas em todos os navios até 1950, com cada navio a levar a bandeira de seu proprietário original acima do outro; após 1951, somente o Britannic e o Georgic continuaram a identifica o navio com a bandeira da White Star.
Os navios restantes da White Star, Georgic e Britannic III, continuaram com a pintura e bandeira da White Star, embora abaixo da bandeira de Cunard depois de 1950, até que foram desmontados em 1956 e 1960 respectivamente. O navio de passageiros Nomadic foi preservado como navio-museu na Irlanda, no local onde está instalado o estaleiro Harland and Wolff , a empresa que construiu o RMS Titanic e os outros navios da Classe Olympic.
Navios da White Star Line:
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